Game over - fechei a lojinha


Hoje eu dormi por uma hora. No meio da tarde. Período comercial. 

Horário do comércio aberto de um tempo em que se fechava comércio. Eu digo que não me lembro da última vez em que fechei a minha "lojinha" e não respondi mensagens de tanta gente diferente, com tantas demandas diferentes e de tantos trabalhos diferentes. Se a lojinha não fecha, é preciso que eu me liberte da noção de horário comercial e que feche janelas e abas no meio da tarde e durma. Sinto que estamos sufocando entre a noção de trabalho de quando existia o fim do dia e a casa sem WhatsApp e o novo tempo, pegando o pior de cada um, trazendo para perto as paranoias do horário comercial para atrapalhar algum possível descanso "fora de hora" e acoplando às paranoias de uma produtividade impecável e aberta 24h. 

O corpo fica onde nisso? Regado a valores de uma época pré-Internet e tendo que responder aos estímulos em série do nosso tempo online?


Não estou aumentando quando digo que dormir hoje, em horário comercial, entendendo que não trabalho no formato da venda dos anos 90, foi muito muito importante. Por que agora, horário em que se leria "fechado" na porta de entrada do escritório ou da mercearia ou do consultório, eu estou escrevendo para vocês e trabalhando. Se eu faço meu horário, como posso não achar o tempo de fechar o comércio e deitar?

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